“Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão…”

Foto de Vinicius Hisao Suzuki

Tanto tempo longe do blog e foi necessário mais um evento zequezira para me levar a atualizá-lo.

Pois é, cheguei ao ponto em que preciso ouvir os crentes (que crêem no que a sua religião ensina): preciso urgentemente de um passe, um  trabalho, uma sessão de descarrego, um benzimento ou, como diz o grande Sagradinho, um banho de pipoca. Não estou refutando nada. Absolutamente nada. Aliás, estou aberta a outras indicações. Afinal, não é porque sou atéia que devo ignorar os possíveis benefícios de todas esses rituais, não é?

Religiosidades à parte, a questão é que nos últimos dias – pois se eu incluir aqui semanas e meses o troço vai ser de sentar e chorar, de certeza – fui alvo das mais variadas adversidades, as quais denomino gentilmente de ziquezira. Vou ignorar os problemas com operadoras de cartão de crédito, bancos, telefônicas, serviços de internet e pequenos acidentes automobilísticos, senão a descrição será infindável.

Começo pela minha TV, 29 polegadas, daquelas antigas – coisa de cinco anos e já podemos assim denominá-la? Que horror! -, que decidiu morrer! No meio da tarde, no intervalo daquela série legal que eu estava ssistindo, deixando aquele cheiro de queimado que me fez lembrar o resto do dia que vem prejuízo por aí. Ok! Acontece. O que esperar de uma televisão velha (?). Vamos ao conserto – que se mostrou muito em conta, graças a indicação do amigo Walter – e cortar os gastos supérfluos para reestabelecer o orçamento.

Então veio o celular. Ok! Não é um simples celular, mas meu smartphone. Mais especificamente, meu Iphone 4. Resolveu, simplesmente, pular do meu bolso para dentro do vaso sanitário. Recuperado? Sim, se com isso você quer dizer eu tirá-lo de lá (usei uma sacola plástica como luva, ok? Não sou tão apegada aos bens materiais a ponto de ignorar minha própria saúde). Funcionando? Perguntem-me lá pelo início de maio, quando o técnico respponsável irá fazer o primeiro teste de funcionamento. Não discuto. Ele é o entendido no assunto e acredito quando diz que o aparelho deve estar absolutamente seco quando ligado pela primeira vez após seu salto ponta pé a lua.  Uma pequena fortuna, para o caso de o aparelho funcionar. Nada pelo serviço, se morto realmente se encontra. Torço pela nessecidade do financiamento bancário.

Houve a TV da pousada na Praia do Rosa, no último final de semana. Mas o aparelho não era meu e o prejuízo não superou o com vista para o mar /sem vista para o mar (situação aqui incluída unicamente para elucidar alguns detalhes da próxima ziquezira).

Foto de Vinicius Hisao Suzuki

Eis que de volta ao lar, com as fotos todas da Praia do Rosa ainda não retiradas do cartão de memória, sou surpreendida pela invasão de minha casa por um ladrãozinho mequetrefe que levou meu netbook e minha adorada câmera fotográfica, com todas as suas lentes (parte do prejuízo pode ser observado na foto que inicia este post, nesta  aqui ao lado e naquela do avatar deste blog). E não bastasse isso, levou também minha câmera compacta e vagabunda – que só passadas algumas horas e depois de lavrado Boletim de Ocorrência fui perceber, ante a desimportância do bem em comparação aos demais -, encerrando o trabalho defecando em minha área de serviço. Sim, cagando, se você não está acostumado com o outro sinônimo. Ouso acreditar que este último fato ocorreu muito mais por medo de toda a situação em que envolvido do que por afronte, já que limitou-se a fazê-lo e não a espalhá-lo pela casa.

Confesso que, após essa lista de acontecimentos, aliados àqueles que não vou aqui enumerar para não entedia-los, até atravessar a rua está sendo uma atividade precedida dos mais redobrados cuidados. Nunca é demais prevenir, não é? Mas será que há prevenção para tais coisas? Será que se trata de sorte (ou falta dela) e destino? Será que fizeram uma urucubaca ou um trabalho forte contra mim? Será que estou em um momento paulocoelhístico de “quando uma coisa está fadada a acontecer, todo o Universo conspira para que aconteça“? Será? Será? Será?

Não sei dizer e creio que ninguém será capaz de dizê-lo com convicção ou robusteza de argumentos.

O que interessa é que o passe – o primeiro dentre os rituais de que me valherei (por isso é tão bom não ter uma religião e, nas horas de desespero, poder recorrer a todas) – já está marcado no Centro Espírita para quarta-feira.

PS: O título deste post é um trecho da música Se gritar pega ladrão, do Bezerra da Silva. Escolhida porque o episódio do furto, além do responsável pelo maior prejuízo financeiro, teve o desprazer de igualmente contar com fezes na minha área de serviço e minha presença, no quarto, dormindo, enquanto o meliante perambulava pela minha casa.

13 responses to this post.

  1. Posted by Cristina Oliveira on 18 de abril de 2011 at 21:33

    Poxa Michele… Que coisa mais ruim e desastrosa e de todas, a pior para mim é o roubo em tua casa. Já fui roubada diversas vezes quando morava no centro de Florianópolis e essa foi uma das coisas que me fez sair e procurar por um lugar pouco visado. A sensação de invasão e exposição, dá náusea e é algo ruim demais e sem que seja possível explicar as coisas que sentimos ao perceber que fomos invadidos… Na verdade não acredito na tal da zica, mas em fatos que por acaso aconteceram em sequência que por vezes, deve-se até a desatenção ou ansiedade por tais fatos sobre fatos. Mas uma coisa é certa: Florianópolis está passando dos limites em termos de roubos e arrombamentos. E apenas por curiosidade… Tua casa não é um apartamento??? Tinha essa a impressão…
    Espero que consigas recuperar tua máquina e equipamento e quando isso ocorrer, faça um seguro, pois já não se pode viver aqui como vivíamos a anos atrás. Lamentavelmente!!! Boa sorte Michele!!! Beijo!!!

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  2. Posted by Sâmia on 18 de abril de 2011 at 21:53

    Pois é, Florianópolis já está virando o Rio de Janeiro. Hoje fiquei sabendo do ladrão dentro de sua casa, e à tarde minha mãe falou que meu primo havia quebrado a mandíbula. Pensei que tinha sido surfando. Antes fosse. Resistiu a um assalto perto das Lojas Americanas no centro e quebraram a mandíbula dele na porrada. Vi ele após a cirurgia. Indignação foi pouco. Rapaz estudioso, acabou de passar num concurso na área dele, querido, respeita os pais, ajudou a criar o irmão mais novo.
    Eu só agradeci que levaram apenas bens materiais da sua casa, Michele (além do sossego, claro).
    Fique bem, precisando, estamos aí!

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    • Sâmia, que horror isso com seu primo. Espero que as coisas já estejam um pouco melhores. Eu sei que tivemos muita sorte por ele ter entrado aqui em casa enquanto estávamos e nada ter acontecido conosco.
      É tão triste quando se agradece pelo menos pior ter ocorrido.
      Brigadão pela força.
      Beijos e melhoras para o teu primo.

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  3. Posted by André Moraes on 18 de abril de 2011 at 23:57

    Michele,

    Honestamente não acredito em sorte e azar. Acho que a gente precisa conviver com diversos acontecimentos bons e ruins no decorrer da vida e quando eles acumulam em determinados períodos acabamos rotulando como sorte ou azar.

    Agora o que se pode fazer é aprender com o ocorrido e batalhar para que nada disso se repita.

    E de tudo o que foi narrado acho que o pior será conviver com a ideia de que alguém estranho andou pela sua casa enquanto dormia. É um sentimento estranho, por alguém ter violado uma das coisas mais sagradas (ops!) que temos: nosso lar. Moro em São Paulo e já passei por algumas coisas pesadas também, mas tenha certeza de que estou torcendo para que tudo se resolva logo.

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    • Então, Andrè. Eu tb sou muito cética em relação a isso tudo. Mas há momentos em que parece mais fácil aceitar os problemas da vida quando colocamos a culpa em algo que não podemos contralar, rs.
      Acho que, no fundo, esse é um dos confortos que os crentes tanto prezam.
      Ser atéia, nesse momento, ainda que me permita “brincar” com todos esses “rituais”, torna-me um pouco solitária.

      Tão melhor me esquivar da responsabilidade que me cabe em relação a cada um desses acontecimentos, né? hahahaha

      Obrigada pelo apoio.
      Beijos

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  4. Posted by Beta on 19 de abril de 2011 at 00:05

    E olha que eu considerei a ziquezira sem saber da TV do Rosa e, principalmente, do salto mortal duplo com twist do seu iPhone 4 diretamente na privada!
    Inacreditável!
    Prefiro pensar que, assim como todos os problemas da minha viagem aconteceram no começo, com você está acontecendo um acúmulo de eventos danosos que aconteceriam nos próximos 10 anos! Depois, já era!
    Assim seja!
    Beijos

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    • Amiga, banho de pipoca sendo preparado para logo, hahahahaha.
      Como disse a Manu hoje: vou jogar na mega-sena, pois, quem sabe, tanto azar seja um aviso de que algo muito bom está por vir. hahahahaha
      Não custa acreditar, né?
      Beijocas.
      saudades.

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  5. Posted by Cristina Oliveira on 19 de abril de 2011 at 11:05

    Pois eu não sei bem como eu sabia que vives num apartamento, mas como sabiam que estavas fora??? Estranho, né??? Arrombaram alguma coisa??? Uma vez, a muitos anos, arrombaram a minha casa quando morávamos no Córrego Grande e era numa casa ótima, com alarme e que fazia fundos com o que hoje chamam de Horto [não sei de onde tiraram essa qualificação para aquele lugar, mas vamos lá… ] e o dito córrego que na verdade é um fio de água lamacenta e não era grande nem naquela época, passava atrás da minha casa e o muro devia ter uns boms 3 ou 4 metros de altura e mais as grades. Eles escalaram o muro, arrombaram a casa, detoraram o alarme, esplalharam facas por todos os lados e levaram tudo de dentro da casa. Deixaram apenas o que era fixo nas paredes. Levaram até comida dos armários e geladeiras e o que eu estranhei é que abriram latas de leite condensado para comer, enquanto faziam a limpa e levaram todo o material escolar de Letícia que ela havia ganhado de uma tia que vive na Suiça e os meus tênis de corrida. Pois foi justo pelo meu tênis que era um New Balance e que não era vendida aqui na época e o material escolar da Letícia que eu consegui encontrar o ladrão!!! Fui de escola em escola e o autor do feito morava no Itacorubi!!! Peguei minhas coisas e dei tudo para instituições de caridade. Ah… o filho era usado como ferramenta de trabalho e era quem primeiro entrava nas casas, através das janelas… O menino entrava, abria e eles faziam a parte pesada e enquanto isso o menino vasculhava as coisas que lhe interessavam, como mochilas importadas, Tênis de marcas famosas e coisas dessas… De lá para cá, a droga invadiu os bairros todos e o consumo livre e desenfreado faz-se presente a todo momento, o que automaticamente gera mais e mais criminalidade e o mundo está prontinho pra se acabar. Por coisas dessas é que eu sei o quanto é ruim a sensaqção de invação e exposição indesejada, que fica depois que alguém entra sem ser convidado, em nossas vidas. Mas vai passar, como tudo…

    Beijo e boa sorte!!!

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    • Na verdade eu não estava fora. Estava em casa, dormindo. Não precebi a entrada e saída do cara. Felizmente, talvez.
      A sacada estava só encostada e não chaveada.
      Que terrível o que aconteceu com vocês.
      A ilha não apresenta mais lugares em que se possa dizer que a segurança ainda é garantida.
      Uma pena.

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  6. Posted by Cristina Oliveira on 19 de abril de 2011 at 11:46

    Não sei se funciona para aparelhos que tenham caído em vaso sanitário, mas enfim, há muitas situações molhadas…

    Um receitinha caseira:

    (1) Basta pegar o aparelho molhado, secar com um pano, retirar a bateria e colocá-lo em um recipiente cheio de arroz cru.

    (2) Não use secador de cabelo no celular. Assistências técnicas aconselham evitá-lo, já que o ar quente pode danificar os componentes do telefone.

    (3) “O arroz tem a propriedade de absorver água e umidade porque é rico em amido, que possui uma forte afinidade elétrica com as moléculas de água e acaba as atraindo”, afirma Maria Cristina dos Santos, professora do Instituto de Física da USP.

    Ah… o arroz depois de servir de toalha para o equipamento eletrônico não poderá ser reaproveitado!!! Hihihihihi!!!

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