“É o seu aniversário! Vamos festejar e os amigos receber”

Se tem uma coisa que eu AMO – assim mesmo, com letras maiúsculas – é aniversário, principalmente o meu. E não apenas a data, mas tudo o que diz respeito a isso, como festas, bolos, docinhos, balões (presentes no último ano, inclusive, como entrega a foto acima), velinhas, felicitações, ligações dos amigos e parentes distantes, até os spams das lojas em que possuo cadastro e, por fim mas não menos importante, o parabéns pra você.

Por outro lado, se tem uma coisa que eu definitivamente não entendo é pessoa que tem ojeriza a aniversário, principalmente o seu, mas não unicamente, e fica reclamando de tudo, do cheiro dos balões, dos berros das crianças, das velhinhas que apagam e reacendem infinitas vezes, das felicitações clichês, das ligações obrigatórias aos amigos e parentes distantes, dos spams que entompem a caixa de e-mail e o parabéns pra você que não deveria ter seu bis usual, encerrando-se no primeiro muitos anos de vida (para que repetir tudo, não é?).

A não ser que você me garanta que suas festas são sempre solitárias e seus amigos NUNCA se fazem presentes  se foi uma ou outra vez não me convence -, não venha tentar me convencer que aniversários são ruins. Estar ficando velha não é argumento válido!

Creio que, dentre todas as inúmeras coisas ligadas a aniversários, o parabéns pra você é o ódio nacional número um. A pessoa pode amar aniversários, comemora todo ano, saltita de alegria com toda a  bagunça da casa após a saída dos convidados, mas não suporta a hora do parabéns. Já ouvi amigos dizendo que simplesmente odeiam; que não admitem que se cante; que cantam junto, para disfarçar; que ruborizam imediatamente; que forçam o encerramento antecipado da canção e assim por diante.

Problema seu se existe algum bloqueio geral nas pessoas contra o parabéns pra você, pois eu A-D-O-R-O!!! Sou capaz de inventar aniversário em locais públicos para ter aquela galera cantando em minha homenagem. Egocentrismo puro, bem sei.

Desde que me conheço por gente, sempre comemorei meus aniversários com festas, grandes ou pequenas, repletas ou com poucas pessoas, com brigadeiros ou com cervejas. Minha foto de um aninho, que coroa meu álbum fotográfico infantil, por certo que se trata desta que voz fala sentada em uma cadeirinha de bebê, em frente a um enorme bolo de aniversário e com um sorriso de orelha a orelha. Faltavam dentes e cabelo à época, mas jamais o bolo e as pessoas especiais ao lado.

Essas últimas, aliás, devem ser as grandes responsáveis por essa minha PAIXÃO incondicional. Obviamente nunca foi possível ter todos aqueles que amo ao meu lado, em todos os aniversários, mas ao menos um sempre se fez presente. Nunca passei essa data sozinha – e espero que tal nunca aconteça. Esconder-me, não atender aos telefonemas ou fechar os ouvidos para as felicitações está fora de meu vocabulário aniversarístico.

Vocês podem estar pensando que sou uma exagerada, mas o sentimento que cresce dentro de mim é tamanho, quando a data se aproxima, que não há inferno astral que sobreviva a minha semana sabática. Ainda que inferior ao inferno astral, que dura um mês segundo os astrólogos, minha semana sabática (que pode durar mais de uma semana, dependendo da empolgação da criança aqui) corresponde aos sete dias que antecedem meu aniversário (31 de janeiro). É quando se inicia a contagem regressiva, a minha importunação aos amigos quanto aos presentes e felicitações que deverão ser providenciados até a data, a minha felicidade pueril.

Este ano, talvez por estar entrando na casa dos 30, comecei meu inferno astral com muita tristeza, crises existenciais, mau humor, reclamações, doenças e todas aquelas maravilhas que os astrólogos gostam de professar. Até comentei com uma grande amiga sobre o assunto, afirmando no início desta manhã que este ano queria passar a data absolutamente sozinha. Mas foi só passarem as onze badaladas do relógio – nasci às 10h45′ -, iniciando-se oficialmente a semana sabática, para meu humor simplesmente mudar. Não só mudar: absurdamente melhorar! Esqueci o que é crise dos trinta e mandei o inferno astral para a ponte que partiu!

Claro que minhas atividades sabatísticas já se iniciaram, principiando com os chatos e importunos pedidos de presentes até aos pouco conhecidos e com menos intimidade. Pulinhos, bater  palmas e frases ininteligíveis (Tá chegando! Tá chegando!) ditas entre risinhos semi histéricos são comumentes utilizados e já fazem parte do cotidiano dos que me cercam. Como disse a Bruna, que comigo trabalha: Começou a semana sabática da Mi! Salve-se quem puder!

Todos os anos é assim e, apesar dos pesares, todos a minha volta acabam me desculpando pelos excessos, quando não invadidos pelo sentimento de perfeita e absoluta paixão pelos aniversários, criando suas próprias fases sabáticas e retribuindo-me na mesma moeda. A estes, sinto informar: eu ADORO.

Este ano, sendo uma data mais que especial – 30 anos -, será comemorada em grande estilo e, por essa razão, minha semana sabática será dobrada, já que a comemoração oficial (com tudo o que tenho direito) será somente no final de semana seguinte a data constante na certidão de nascimento. Bom para mim, talvez nem tanto para os que me cercam. Mas, com certeza, inesquecível para todos.

E se você, ao contrário de mim, não nutre bons e fortes sentimentos pelos aniversários, tente analisar o porquê disso, bem como esquecer essa balela de estou ficando velho, para que comemorar?. Simplesmente aceite que essa é a lógica da vida e que passar essa data ao lado dos que o amam é repetidas vezes celebrar o melhor dos nascimentos.

Se, mesmo assim, nada dessa minha empolgação te convencer e o mau humor reinar quando o seu (ou o meu) aniversário se aproximar, por favor, afaste essa sua carranca intransponível de mim antes que atraia, novamente, meu inferno astral. Com um detalhe, sim? Não sem antes deixar as devidas felicitações e presentes para esta criança pidona aqui.

Afinal esta é a minha semana sabática. Posso abusar, não?


7 responses to this post.

  1. O Tia, adorei o seu post, hehehehehe.

    Então, eu ADORO aniversário, tanto que este ano pretendo fazer a minha auto-festa-surpresa de aniversário, MAS SEM Parabéns, hehehehe.

    Eu sinceramente sinto VERGONHA ALHEIA quando o pessoal canta parabéns, e nos meus aniversários tento sempre (quase sempre em vão) abolir este ato, mas se a pessoa gosta, dou o maior apoio, pode até ficar com o meu “parabéns para vc” para ela 😀

    Beijão tia

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    • Pode deixar, tio. Vou “adotar” o seu parabéns pra você. A vergonha já é alheia mesmo, então fica tudo de boa, hehehehe.
      E pode ter certeza de que esse ano o senhor fará outra daquelas festinhas boas para os amigos poderem, ao menos, comemorar juntos.
      Prometo deixar seu parabéns pra você em casa, fazendo companhia ao meu.
      Beijos

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  2. Posted by Dhian on 25 de janeiro de 2011 at 14:33

    Estou pra conhecer alguém que goste tanto de aniversário! Juro que não entendo, mas sempre achei muito divertido! Já mando um parabéns antecipado!!! beijoca

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    • E olha que eu tentei te colocar no vício também, hehehehe. Não foi por falta de festas surpresas que sua paixão por essa data não floresceu!
      Mas tenho para mim que um dia você saberá apreciar todo o glamour e os encantos dessa data tão maravilhosa.

      Obrigada pelos parabéns.
      Beijos

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  5. […] uma coisa daquela época – da infância, aliás – se manteve: meu amor por aniversários. Mais ainda se for o meu. Mas não exclusivamente, como vocês podem perceber aqui, aqui, aqui e […]

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